No mundo todo há uma gama muito diversificada de Polícias. Temos Polícias para todos os gostos, mas se desconsiderarmos a peculiaridade de cada cultura e cada país, tudo se resume a apenas dois Modelos Policiais.
Apesar de buscarmos em nosso blog conversar de maneira simples e compreensível sobre os problemas da Segurança Pública e da Polícia, vez que o que se quer é também explicar um pouco desse universo para as pessoas, nosso foco é o dos profissionais e aqueles que estudam polícia, por isso este post, que iniciará uma série de abordagens sobre modelos, sistemas e estruturas policiais, bem como estratégias de policiamento.
Gostaria de deixar claro a você leitor, que quando neste espaço de discussão falarmos de POLÍCIA, estaremos sempre nos referindo a um tipo próprio de polícia, que é a denominada Polícia de Segurança Pública, ou seja, aquela que você está acostumado a ver nas ruas e distritos fazendo o policiamento.
Acreditamos que sem esses conhecimentos básicos, temas como a "desmilitarização" da polícia não terão o embasamento necessário para se avaliar e criar uma opinião e ficará sempre restrita ao proselitismo político-ideológico.
Nosso intuito é diminuir o risco dos "opinadores de tudo" ficarem dando pitacos no que não sabem e confundindo a população e, o que é pior, muitos dos próprios profissionais da Polícia. Como afirmou Marcos Rolim em sua obra "A Síndrome da Rainha Vermelha": Aliás, é importante assinalar aqui o inusitado fato de que os temas afetos à segurança pública parecem se prestar - em países como o nosso mais do que nas democracias consolidadas - para todo tipo de "opinião". Assim, ao contrário de outras áreas nas quais se espera que os principais interlocutores do debate público sejam minimamente qualificados, qualquer pessoa sente-se à vontade para alçar seus próprios preconceitos à condição de argumentos incontrastáveis.
Eis uma verdade incontestável! Não se vê médicos questionando engenheiros sobre a melhor forma de se fazer uma ponte ou viaduto, como não vemos engenheiros falando de cirurgias de apêndice; mas quando o assunto é polícia ah! Todos têm a fórmula!
No ano passado, por ocasião da abertura do 8º Encontro do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, um professor de economia da Fundação Getúlio Vargas - FGV - fez uma defesa acalorada da necessidade da mudança e reestruturação da Segurança Pública no Brasil: Desmilitarizar as Polícias Militares!
Eu como policial não vou abrir Congresso de Economistas para dizer que a melhor política econômica deve ser assim ou assado, mas ele se vê à vontade para disparates dessa ordem.
Aliás, naquele encontro, salvo raras exceções, a abordagem do problema foi "monotemática": o problema da Segurança Pública, são as Polícias Militares.
Ah se fosse tão simples assim! Basta desmilitarizar e no dia seguinte deixaremos de ter 53.000 assassinatos por ano e outros tantos em mortes violentas no trânsito.
Por quê os nossos governantes não pensaram nisso, não é?
Mas voltando ao tema, apesar da gama imensa de polícias por todo o mundo, temos apenas dois MODELOS POLICIAIS: o Modelo Anglo-saxão e o Modelo Europeu Continental.
Cada qual evoluiu de maneira distinta e iremos abordar cada um deles nos próximos posts.
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